As diferenças culturais e o voo de parapente

Uma semana por aqui e pouco a pouco vou conhecendo e aprendendo com os diferentes costumes da África do Sul. Primeiro, os carros são projetados como mão inglesa, ou seja, o motorista dirige do lado direito do carro, e as ruas têm o sentido invertido também. Não sei explicar, mas inúmeras vezes eu tentei entrar pelo lado errado da Van. A porta é do lado contrário do motorista, que, pra gente no Brasil,  seria do lado do motorista, entendeu? Não? Ok, é diferente, e por isso sempre me dá um medinho de ser atropelada ao atravessar a rua porque sempre olho pro lado errado. É engraçado quando você vê uma criança no banco do passageiro, na frente, parece que ela tá dirigindo, rsrs.

Outra  coisa engraçada aqui também são os vendedores ambulantes –  o comércio alternativo, ou os famosos camelôs. Todas as vezes que você chega perto pra ver alguma coisa eles já te enchem de perguntas, e se você toca no objeto, ou pergunta o preço, já era! Eles vão te encher o saco e insistir com inúmeros argumentos pra você comprar tal bugiganga. Quase grudam em você e vão na sacola junto com aquilo que você comprou.

A comida aqui é outra coisa doida! Muito, muito, muito, mas muito apimentada! Eu nunca fui muito chegada na pimenta, então tô sofrendo. Sempre tem que ter um copo de água do lado, (acho que por isso que a água é “for free” nos restaurantes por aqui). Enquanto eu e as outras brasileiras reclamamos da pimenta, algumas meninas europeias reclamam que falta pimenta, rsrs. Como não tem muito pra onde correr, escolhi acreditar no Sidnei, um dos caras que cozinha aqui na casa onde estou. Ele diz: “Não é ardido, é sabor, é saúde”.

“Roda, Roda, Roda” e meu cabelo virou brinquedo

Os dias com as crianças têm sido uma loucura, de fato. Na creche em que trabalho são três turminhas, e uma delas tem uma “professora” nova que não tem experiência alguma crianças. Fiquei junto com ela nessa semana. Não imaginava que seria tão desafiador. Como eu já contei aqui, as crianças não falam inglês, a creche não tem estrutura alguma, faltam todos os recursos possíveis e imagináveis para fazer algo bacana e educativo com as crianças dessa idade. Nessa semana rolou um desespero, pedi ajuda para as amigas pedagogas e na medida do possível e da criatividade, eu e as outras voluntárias vamos tentando fazer a rotina das crianças um pouco diferente. Num momento de desespero total, quando a professora dessa turminha não foi, só consegui lembrar da música ” Roda, roda, roda…” e cantei em português mesmo, com intervalos de “Up and Down” para eles levantarem e abaixarem. (Foi ridículo, mas até que eles curtiram!) Todo dia de manhã todas as turminhas cantam várias musiquinhas em khosa e em inglês, e também rezam. É fofo! Com o tempo espero que essa nova professora aprenda essas musiquinhas. (Espero que eu aprenda algo em khosa, também).

Na hora de brincar o meu cabelo tem sido uma diversão para as meninas, elas fingem ser cabeleireiras, fingem pentear e  ficam passando a mão. É engraçado. Com as voluntárias loiras o fascínio  é ainda maior, porque, obviamente não é sempre que as crianças vêem  cabelo dessa cor. O meu óculos também chama muito atenção dos pequenos, porque também não é nada comum ver alguém usando óculos em Masiphumelele (a favela). Mas não sou loca de deixar eles brincarem, ou então ficaria sem ver as belezas aqui, como o pôr do Sol que todo dia é encantador.

Nessa semana, em  uma das tardes fomos ajudar em um projeto em Ocean View, que visa criar uma interação entre diferentes classes e cores aqui na cidade conhecida com “arco-iris”, por meio de brincadeiras com as crianças de diferentes escolas da região. Foi demais! Um dos caras do projeto nos ensinou a tocar um tipo de tambor africano muito loco! Pena que não tenho fotos :/ Outra coisa diferente que fizemos nessa semana foi um workshop de reciclagem em Masiphumelele. Uma senhora, a Yandi, tem tipo uma cooperativa de reciclagem que reaproveita o lixo para fazer artesanato. Que pena (de novo) que não levei a câmera, nem o celular para fotografar o que ela faz. No final da conversa com ela tentamos fazer alguma coisa, o máximo que minha criatividade permitiu foi um porta-retrato feito com plástico de embalagem de produto de limpeza e botão, e também um terço, feito com botão e plástico (foto).

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No ar!

Ontem foi dia de voar de parapente (paragliding) mais uma coisa doida que resolvi fazer por aqui. No primeiro convite neguei com toda segurança. “Jamais vou voar nesse treco, longe de casa ainda, Jesus!” Mas depois pensei, pensei, pensei, e fui com o grupo que iria voar. Apenas para ver, mas chegando lá em Signal Hill, deu uma vontadinha de experimentar, então fui. Foi demais! Não me arrependo, e recomendo, o voo é super tranquilo. Engraçado foi o instrutor, lá em cima me perguntando de onde eu era. Quando disse “Brasil”, ele respondeu na hora: “Aaah World Cup, you lost in a brillant way!” Que pena que o vídeo do voo não pegou essa parte.  É inevitável, para todo mundo que você encontra, quando diz que é do Brasil, sempre tem um comentário sobre a Copa do Mundo, e sempre alguém faz uma piadinha sobre o épico 7×1!

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